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sexta-feira, 12 de março de 2021

Curiosidades do vinho que você nem imagina




Toda semana podemos ler alguma reportagem com algo novo no mundo dos vinhos. Neste artigo, vamos compartilhar algumas curiosidades do vinho que você nem imagina.

Então vamos direto às curiosidades:

1. O vinho melhora a função cerebral

Mais de 60 estudos demonstraram cientificamente que beber vinho de forma moderada melhora significativamente o funcionamento do nosso cérebro e também previne a demência. Isso se deve à alta presença de antioxidantes no vinho, que ajudam a prevenir a inflamação, evitando assim o endurecimento e a coagulação das artérias. 

2. Rosas presentes nos vinhedos

Se você encontrar roseiras em um vinhedo, não é para decorar, mas para prevenir. Existe um fungo chamado "oídio" que causa uma doença nas vinhas. Este fungo também afeta as flores rosas e o faz muito mais cedo do que as videiras. É por isso que as roseiras servem para prevenir este fungo e tratar a videira antes que seja tarde.

3. O vinho ajuda a perder peso

De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Maastricht, homens obesos que beberam uma dose diária de vinho, que contém a substância resveratrol, melhoraram o metabolismo e perderam peso como se estivessem fazendo uma dieta moderada. Neste blog temos outro artigo com o tema "Vinho emagrece!" Leia também...

4. Vinhos de uvas congeladas (Icewine)

Existe uma variedade de vinho que é feito em partes da Áustria e da Alemanha, descoberto por acidente e feito a partir de grãos de uva parcialmente congelados. É um vinho muito saboroso, aromático, doce e com uma acidez intensa.

5. A garrafa de vinho mais velha

A garrafa de vinho mais velha é uma garrafa com mais de 1.600 anos e foi descoberta em 1867, durante a Primeira Guerra Mundial. Pertenceu a um nobre romano da época e é feito de vidro coberto com cera.

6. Vinho combate bactérias orais

O tratamento de infecções nas gengivas com vinho tem base cientifica. Parece que alguns compostos do vinho retardam o crescimento de estreptococos e bactérias ligadas a cavidades na boca, assim como outros associados à gengivite e dor de garganta.

O mundo do vinho tem estas e muitas outras curiosidades. E você, quer saber outros fatos curiosos sobre o vinho?


sexta-feira, 5 de março de 2021

Como saber se o vinho é bom, principalmente antes de comprar?


 

Esta pode ser a dúvida que atormenta a grande maioria dos apreciadores de vinhos. Principalmente os que estão começando; Como saber se o vinho é bom, antes de comprar?

Ninguém pode garantir que você vai gostar ou não de cada garrafa de vinho que comprar. Mas alguns conselhos para evitar um pouco as frustrações, podem ajudá-lo.

Se você está começando a si interessar pelo mundo do vinho, preste a atenção em algumas coisas importantes. Por exemplo: se você encontrar uma vinícola que faz um vinho que você gostou, porcure por outros vinhos que ela produz.

Se você acha que prefere vinhos feitos com uvas Chardonnay mais do que aqueles feitos com uvas Sauvignon Blanc, procure outros Chardonnays de outras vinícolas e peça recomendações para seus amigos desta uva.

Ou talvez você tenha se identificado com alguma região em especial da qual goste  - pode ser que goste mais dos vinhos da Espanha do que os da França.

Se você encontrar um Sommelier ou um garçon de restaurante de que goste de conversar, peça recomendações baseadas nos vinhos que já gostou. Pode pedir indicações para o Sommelier do Barrica de Carvalho, além das que temos publicadas neste blog.

Por ultimo, não tenha medo de ser franco sobre quanto está disposto a investir - ninguém quer perder tempo mostrando um vinho de R$ 100 se seu orçamento for apenas de R$ 50.

Esperamos que algumas analises de vinhos publicadas no blog e canal do youtube, também possam te ajudar.

Cheers!

quarta-feira, 10 de junho de 2020

O Vinho e a sua Geografia

Enografia é a Geografia do Vinho. A enografia trata de regiões vinícolas, vinhas, denominações de origem e vinhos do mundo.


Weinbau Schweiz – Helvetische Perlen bei Mondovino

A enografia e geografia do vinho


Enografia é a Geografia do Vinho. Para "Enografia" entendemos de fato o estudo dos vinhos de uma determinada região, bem definidos geograficamente, e sua relação com o solo, o clima, a posição das vinhas, o vinho e as práticas enológicas usadas localmente. Também devemos considerar a legislação sobre vinhos e relações humanas de natureza econômica, religiosa, gastronômica e cultural, que muitas vezes representam um fator essencial do "porquê" em um determinado local um determinado produto (vinho, mas também um produto típico da gastronomia local), é preparado de uma certa maneira ou possui algumas características organolépticas distintas.



A definição do Wikipedia também é bem parecida: é a ciência humana que estuda as propriedades dos vinhos de uma determinada região, definida geograficamente, e que se caracterizam pela relação com o solo, o clima, as castas, as práticas vitícolas e enológicas utilizadas nessa região, a legislação à que estão submetidos, bem como suas relações com o homem, sejam elas econômicas, religiosas, gastronômicas, culturais, etc.




O estudo do vinho e território

A enografia é uma ferramenta essencial para o treinamento do Sommelier, uma vez que esta disciplina estuda o vinho nas diferentes regiões do mundo e se relaciona com outros assuntos profissionais de estudo para o seu treinamento (como Análise Sensorial, princípios de Viticultura, princípios de enologia, serviço de vinhos, gestão da adega). A enografia também é importante para o contexto cultural de profissionais da gastronomia. É essencial para os produtores de vinho, pois descreve o ambiente em que a enologia vai atuar. A enografia é a base da maioria dos livros e guias de vinhos publicados.



Vinho no mundo

Aqui no blogue, a enografia será tratada de maneira extremamente profunda, com todas as videiras, as denominações de origem e os tipos de vinhos que eles fornecem.



quarta-feira, 3 de junho de 2020

Descomplicando a harmonização do vinho


Um bom vinho anda de mãos dadas com uma excelente comida. Na realidade, eles combinam tão bem que às vezes é difícil imaginar um sem o outro. Aqui estão algumas dicas úteis para combinar comida com vinho, desde os primeiros passos básicos até as combinações específicas de diferentes tipos de comida.

HARMONIA OU CONTRASTE?

Combinar comida com vinho é semelhante a criar uma obra de arte. Qualquer artista experiente lhe dirá que os dois princípios básicos com os quais uma composição equilibrada é criada são harmonia e contraste. 

Quando essa teoria é aplicada a uma combinação culinária, significa procurar um vinho com sabor semelhante à refeição selecionada (harmonia) ou exatamente o oposto (contraste). Por exemplo, um molho à base de creme, predominantemente doce e gorduroso, criará um bom contraste com um vinho de acidez levemente pronunciada, como um Sauvignon Blanc. Por outro lado, um Chardonnay cremoso com menor acidez criará um emparelhamento harmonioso. No final, ambos criam um bom equilíbrio e podem ser deliciosos, dependendo do gosto pessoal.

LEMBRE-SE DAS REGRAS BÁSICAS

Antes de prosseguir com as combinações mais específicas, há algumas diretrizes básicas que você deve ter em mente ao escolher um vinho que combine com a comida.

- O vinho deve ser mais ácido do que o alimento

- O vinho deve ser mais doce que a comida

- O vinho deve ter a mesma intensidade de sabor dos alimentos

- Os vinhos tintos são mais adequados para carnes salgadas

- Vinhos brancos combinam com carnes leves

- É melhor combinar vinho com molho do que com carne

- Vinhos brancos, espumantes e rosés geralmente criam combinações contrastantes

- Os vinhos tintos costumam criar combinações harmoniosas

O TRADICIONAL VINHO E QUEIJO

A primeira regra é procurar um vinho de igual intensidade com queijo. Vinhos intensos com maior teor alcoólico requerem queijos intensos e vice-versa. Dito isto, o queijo envelhecido deve sempre ser combinado com um vinho tinto encorpado. Um bom exemplo disso seria o emparelhamento de Cabernet Sauvignon e Parmesão. A chave neste caso é contrastar a gordura do queijo com os taninos do vinho.

A segunda regra, por outro lado, é combinar queijos saborosos, envelhecidos e mofados com vinhos doces. Pode parecer incomum, mas realmente funciona muito bem. A doçura do vinho equilibra o forte sabor e mofo do queijo, criando uma sensação geral e cremosa. Um exemplo seria um doce Traminer com um super forte Gorgonzola italiano.

Outro truque é combinar vinhos espumantes com queijos cremosos e macios, pois eles tendem a dissolver o queijo e eliminar a sensação macia.

VINHO E CARNE

Embora geralmente seja melhor parear vinho com molho, aqui estão algumas dicas para combiná-lo da maneira certa, de acordo com o tipo de carne.

Para uma carne mais magra, como um andador ou lombo, escolha um vinho tinto leve de corpo médio com acidez um pouco mais alta. Blaufrankisch e Merlot são bons exemplos. Para carne mais gordurosa, como bife, você deve escolher um vermelho mais forte e encorpado com mais taninos, como um Cabernet Sauvignon. O tanino do vinho ajudará a neutralizar a gordura da carne e equilibrar a refeição. 

Para o cordeiro, é aconselhável escolher os vinhos mais delicados. Geralmente os vermelhos de corpo médio vão bem um com o outro. No entanto, se você preferir um vinho mais ousado e encorpado, escolha um com um pouco menos de tanino do que o habitual. Lembre-se de que o cordeiro absorve muito bem o sabor do molho. Se o cordeiro é servido com o molho, isso significa ter que emparelhar o vinho com o molho.

As aves combinam bem com vários vinhos brancos leves e encorpados, rosés e até tintos encorpados. Alguns bons exemplos são Chardonnay e Riesling de carvalho. Este último funciona particularmente bem com carne mais escura, como o pato. Quanto aos vinhos tintos, uma boa opção para a maioria das aves é o delicado Pinot Noir. Uma boa regra a respeitar é a combinação de carne leve com vinho leve e vice-versa. Como o cordeiro, as aves também devem prestar atenção ao molho.

VINHO E PEIXE

Peixes magros, como robalo ou linguado, combinam bem com vinhos brancos frescos, especialmente vinhos espumantes. O peixe um pouco mais compacto, como a pescada ou a truta, deve ser combinado com o branco aromático de corpo encorpado ou de corpo médio. Dois exemplos excelentes são Chardonnay ou Riesling muito seco. Para os peixes mais carnudos, por exemplo, bife de atum ou salmão, geralmente são recomendados brancos encorpados ou vermelhos mais leves, como o Chardonnay, rosé seco ou branco Pinot Noir.


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Made in Grécia

Recentemente descobertos os maravilhosos vinhos Gregos, são uma das melhoras opções para os apreciadores. Com castas locais de altíssimo nível, e tintos e brancos de muita personalidade, o vinho grego vai muito além dos tradicionais Retsína.



 


 Vinícola Boutári

Fundado em 1879, Boutári é um dos melhores e mais tradicionais produtores de alta qualidade na Grécia, com vinhedos próprios em praticamente todas as boas regiões vinícolas do país. Boutári foi responsável por uma verdadeira revolução tecnológica que resgatou a boa imagem do vinho produzido na Grécia, colocando-se como o nome internacionalmente mais  conhecido deste país. Seus vinhos saborosos e cheios de personalidade utilizam as reputadas castas gregas e também uvas internacionais. O delicioso Neméa, produzido com a uva Agiorgítiko, lembra um bom Chianti e possui excelente relação qualidade/preço. Seus reputados Náoussa são estruturados e muito longevos, sempre referenciados entre os melhores vinhos gregos, sendo elaborados com a uva Xynómavro, que lembra a portuguesa Baga e a italiana Nebbiolo. o Sámos é uma verdadeira especialidade grega, um delicioso vinho de sobremesa elaborado na ilha de mesmo nome. São todos vinhos de muito caráter, verdadeiras surpresas que merecem ser descobertas.

Site da Vinícola: www.boutari.gr

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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Rolhas de Cortiça

Muitas pessoas me perguntam como são feitas as rolhas de cortiça. Hoje estão surgindo no mercado outras opções de rolhas e em breve será um luxo reservado para poucas e caras garrafas, com rolha de cortiça. 
Portugal produz 60% da produção mundial, seguido de Espanha e Itália. Pequenas parcelas procedem de Marrocos, Argélia e Tunísia.

O problema é: uma vez plantada a planta, é preciso esperar cerca de 25 anos para uma cortiça de boa qualidade. De fato, os sobreiros começam a produzir depois de 15/20 anos, mas a primeira cortiça (chamada de cortiça macho) que vem retirada é de péssima qualidade: ela volta a crescer depois de 9/12 anos, chegando a 5 cm de espessura, sem as irregularidades e defeitos do primeiro ciclo. Nesta altura a cortiça fêmea está pronta para ser cortada, operação que é efetuada manualmente, para evitar danos para a arvore.

Como são produzidas as rolhas? Abaixo segue algumas fotos e comentários para esclarecer


O ano de vida da planta é marcado no tronco, de modo que cada árvore não seja cortada na hora errada.


A fase do corte é a mais delicada. É retirado somente o felogênio, deixando intactos os extratos sucessivos para não prejudicar o recrescimento. A operação é feita rigorosamente à mão e golpes de machado.


 Assim aparecem as cascas logo depois de serem cortadas. Em geral, as empresas maiores as guardam logo em um ambiente protegido para evitar a contaminação indesejada.


As cortiças passam em um fervedor, que, simultaneamente, as desinfeta, as limpa e as torna mais elásticas.


 Depois da ebulição, as cascas, são prensadas, esticadas e submetidas a uma primeira seleção. As sobras da produção serão usadas para as rolhas técnicas: feitas de lascas de serragem coladas e prensadas.


 É a hora da perfuração, a fase crucial: há que escolher as melhores partes da cortiça para "extrair" as rolhas.


A primeira seleção é feita com um leitor óptico. Um jato de ar vai dividir as rolhas conforme qualidade e medidas.


A segunda e final seleção é feita manualmente. As rolhas feitas de um único pedaço de cortiça são divididas por tamanho (altura), porosidade e eventuais pequenas lesões. Cada fabricante pode ter até cinco variedades diferentes no catálogo de uma rolha mono-peça variando de um custo mínimo de 0,20 centavos a 1,50 centavos de dólar por garrafas.


 
 
Fonte: Wineanorak

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

As Denominações de Origem no Brasil


As Denominações de Origem são essenciais para o desenvolvimento da viticultura brasileira? Há dez anos o Brasil tinha sua primeira Indicação Geográfica criada, o Vale dos Vinhedos. Temos visto a partir daí o surgimento de uma sequência de outras Indicações, não somente para regiões vinícolas, mas para outros produtos oriundos do setor agropecuário. No ano passado, o Vale dos Vinhedos, deu um passo a mais e conquistou junto ao INPI o registro de Denominação de Origem. Outras regiões, como Pinto Bandeira, estão buscando o mesmo.

Foto 1: DO Vale dos Vinhos - Vinhedo da Miolo (Foto: web)

As Indicações geográficas no Brasil seguem os moldes da Europa. O conceito vem de lá, e a proposta é de se obter produtos genuínos, com procedência certificada, com um padrão mínimo de qualidade. Estas IGs possuem um regulamento que determina normas de produção, fiscaliza, e oferece apoio institucional, principalmente aos pequenos produtores. Para ostentar e se beneficiar do nome da região, o vinho deve então respeitar todas as normas de produção, desde o vinhedo até o engarrafamento. Tudo isto gera certa burocracia e onerosidade ao produto final. Como existem empresas de diferentes propostas e tamanhos que coabitam em uma mesma região, conflitos são quase inevitáveis.
Uma das premissas da DO é criar produtos genuínos, e aí entra uma questão levantada pelo escritor e crítico de vinhos Oz Clarke quando esteve em sua última visita ao Brasil. Em entrevista, ele se refere ao fato da DO Vale dos Vinhedos permitir apenas a uva Merlot como varietal. Por ser uma região de colonização italiana, especialmente da região do Trento, ele gostaria de ver uma variedade de lá como sendo emblemática. Ele cita a uva Teroldego, produzida por algumas vinícolas, e uma série de variedades que foram trazidas pelos imigrantes italianos, mas que foram esquecidas no tempo.

Foto 2: DOCG Vino Noble di Montepulciano - Itália (Foto: web)
Limitar a produção em três, duas ou até mesmo em uma variedade de uva numa região cria uma identidade, mas tira a liberdade do produtor e o deixa vulnerável às flutuações do mercado. A Merlot, embora que resulte em grandes vinhos, nada tem de original. É produzida em todas as regiões do mundo. Será que precisamos ser tão restritivos? Dentro de tantas variedades existentes e que ainda não foram testadas, limitar o cultivo em uma ou duas? Precisamos seguir à risca o modelo Europeu, que, diga-se de passagem, encontra-se em decadência?
Temos uma história recente e me parece que temos muito a aprender ainda. Será que o consumidor brasileiro, acostumado a comprar variedade ou marca, irá comprar a ideia de uma região, como quando compra um Borgonha? Na Europa houve uma grande reforma das DOs no ano de 2010 visando simplificar o sistema, tornando-o menos burocrático e mais competitivo, visto que algumas delas não gozam de reputação e carecem de recursos financeiros até mesmo para seu autocontrole e sua promoção. Muitas delas estão em via de desaparecimento. O Brasil, no entanto, está adotando este modelo Europeu mesmo tendo uma carga tributária enorme e sofrendo uma concorrência desleal com os vinhos importados.
As circunstâncias não são muito favoráveis para geração de mais burocracia e onerosidade para o vinho nacional. Isso é visível pelo pequeno número de vinhos com DO no Vale dos Vinhedos, que dever ser menos de 10% da produção total. O restante são vinhos elaborados com uvas procedentes de outras regiões, ou que não seguem as normas pré-estabelecidas. Na teoria uma DO é muito bom, desde que ela possa ser justificável para o consumidor no plano qualitativo, e para o produtor, no plano comercial.


Fonte: Winetag
 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Entre vinhos e queijos

Por que essa combinação é tão perfeita?


Se existe uma verdade absoluta aceita no mundo do vinho, é que vinhos e queijos são uma combinação criada pelos Deuses. É também o clichê gastronômico mais famoso, que até mesmo quem não conhece ou gosta da bebida já ouviu falar inúmeras vezes. O interessante é que ninguém sabe dizer muito bem o motivo da harmonização ser tão boa assim. Será que tem, de fato, uma explicação científica através da composição do vinho e dos queijos que explique tal fama, ou será que o queijo tem apenas um Relações Públicas melhor do que, sei lá, a castanha?

Felizmente, existe sim uma razão técnica para esta tão requisitada harmonização, e o segredo está nos taninos. Esta é outra palavra que quem gosta de vinhos fala ou escuta bastante, mas poucos também sabem o que exatamente é o tanino.
Não vou entrar em detalhes sobre os tipos de taninos, suas composições, etc, pois não é o objetivo deste artigo transformar este momento numa aula de química. Entretanto, podemos dizer que taninos são um conjunto de compostos químicos no vinho que impactam quase em tudo na bebida, inclusive sua coloração e envelhecimento. O tanino é um composto natural da uva e é também adicionado ao vinho durante seu envelhecimento na barrica. É ele o responsável pela sensação amarga na língua ao tomar um gole da bebida. Quanto mais tânico é o vinho, mais predominante será a sensação.
Então, o que tudo isso tem a ver com queijo? Simples. Os taninos são “amaciados” por alimentos gordurosos e com alta concentração de proteína. Existe alguma coisa com mais gordura e proteína do que queijo? O queijo, quando combinado corretamente, suaviza a sensação de amargura do vinho causada pelos taninos.
Isso não quer dizer, entretanto, que qualquer queijo combina com qualquer vinho, pois ambos podem apresentar variedade e complexidade gigantescas. É também interessante notar que, assim como o vinho pode apresentar características específicas de seu “terroir”, fenômeno semelhante acontece no queijo. O leite fermentado usado para sua produção, seja ele de qual tipo for, tem particularidades diferentes dependendo de onde e como foi produzido. Talvez devessemos começar a chamar isso de 'pastoir'. O que acham?

Reforçando, não pense que a harmonização entre queijo e vinho é fácil. Não pretendo criar aqui um guia para tal, até porque, quando se trata de harmonização, todo mundo tem sua própria opinião e as regras nem sempre são muito bem definidas. Você encontra facilmente pela web vários especialistas dando suas dicas de quais queijos combinam com quais vinhos, então prefiro deixar tal responsabilidade para eles.
Como falei, a crescente variedade de ambos os produtos nos dá incontáveis possibilidades de combinação. Aliás, é até um mistério o motivo dessa parceria ser tão famosa, já que a dificuldade e chances de uma escolha desastrosa são altas.
Os queijos podem ser cremosos, duros, moles, frescos, curados, azuis, tipo suíço, mais suaves, além de uma série de outras particularidades. Combine isso com a quase infinita diversidade de vinhos, e a coisa complica bastante. Porém, se feita corretamente, a harmonização é certa de agradar até o paladar mais exigente. Afinal, não é a toa que existe um velho ditado na França que diz: 'Para vender vinho, sirva queijo'.

Fonte: Winetag

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Tradição da Eslovenia


 
 
Eslovênia
 
 

Muita tradição
Desde criança, foi minha avó que me fez conhecer o vinho. Ela me dizia que "para a saúde e para um bom coração, é importante tomar uma taça por dia". E com isso, já estava definido que um dia eu viria a trabalhar na área de vinho.
A Eslovênia se localiza entre a Itália, a Áustria, a Hungria e a Croácia. Fez parte do Império Austro-Húngaro e, a partir de 1918, tornou-se parte da antiga Iugoslávia. Em 1991, conquistou a sua independência e hoje comemora 21 anos. Desde 2004 integra a Comunidade Europeia. Somos um país recente, mas com uma história muito longa e interessante, e produzimos vinhos há mais de 2.500 anos. Há cerca de 24 mil hectares de vinhedos registrados e uma grande quantidade de vinícolas de alta qualidade. Foram as tribos Celtas e Ilírias que trouxeram o vinho para a região, antes mesmo de os Romanos a ocuparem. Atualmente, o vinho esloveno está entre os melhores do mundo.

Até mesmo o hino nacional, chamado "Um brinde", celebra nossa ligação com a bebida:

"Amigos! As vinhas
nos frutificaram o doce vinho,
que nos reaviva as veias
e nos limpa o coração e os olhos
e apaga
todas as preocupações
renovando a esperança no peito exausto!"

As divisões vinícolas
A Eslovênia produz 20 variedades de vinho branco e 12 de vinho tinto e está dividida em 3 regiões vinícolas, organizadas em 14 distritos vinícolas, cada um deles com as características distintas.
O vinho se constitui em uma das principais atrações turísticas da Eslovênia, com cerca de 20 "Estradas do Vinho" e caves espalhadas por diversas cidades.

Primorska
Está localizada na zona sudoeste do país e é famosa por seus vinhos tintos e pelos vinhos brancos especiais. É também conhecida como Primorje, que significa "ao lado do mar".
É nessa região que está concentrado o maior número de grandes produtores e os tintos e brancos têm igual importância. As variedades mais cultivadas são as tintas Merlot, Refošk (Refosco) e Cabernet e as brancas Rebula (Ribolla), Malvazija (Malvasia), Sivi Pinot (Pinot Gris), Chardonnay e Furlanski Tokaj (Friulano).

Divide-se em 4 áreas:

Brda: também chamada Goriška Brda, é uma continuação das famosas Collio italianas, rodeadas de vinhedos;
Vipava: este vale é ideal para os vinhos brancos;
Kras (ou Krast): há uma linhagem singular de Refošk plantada no rico solo de terra roxa que origina o renomado Teran;
Koper (ou Capodistria): a cepa Refošk é a mais importante em Koper e produz um vinho vivaz com sabor de framboesa.

Posavje
Localizada na zona leste/sudeste, é também conhecida como Posavska e seu nome significa "ao lado do rio Sava". É a região mais a sudeste e a menos conhecida fora da Eslovênia. As variedades mais cultivadas são as tintas Modra Frankinja (Blaufränkisch), Žametovka e Modri Pinot e as brancas Laški Rizling, Šipon (Furmint), Chardonnay, Rumeni Muškat (Moscatel) e Modra Portugalka (Portugieser).

Os vinhos de corte são o forte da região, mas os "ice wines" de Laški Rizling também são apreciados. As 3 áreas de cultivo são:

Bizeljsko: aqui são cultivadas Beli Pinot, Chardonnay, Laški Rizling, e Sauvignon, e a especialidade é o espumante fermentado na garrafa;
Dolenjska: o famoso vinho Cvicek é típico dessa área, um corte tradicionalmente fresco, leve e ácido de 4 cepas (2 tintas - Žametovka e Modri Pinot - e 2 brancas);
Bela Krajina: é conhecida pelo Metliška Crnina, corte que inclui Frankinja e Zametovka.

Podravje
Situada no nordeste do país, seu nome quer dizer "ao lado do rio Drava". Localizada no sopé dos Alpes, ao lado da Áustria, é a maior região vitivinícola e o clima frio beneficia sobretudo os brancos aromáticos de acidez viva. As castas principais são as tintas Žametovka, Modra Frankinja (Blaufränkisch) e Modri Pinot e as brancas Laški Rizling, Renski Rizling (Riesling Renano), Sivi Pinot, Beli Pinot e Šipon (Furmint).

Dentre outras áreas, divide-se em:

Maribor: é o melhor distrito para os brancos, principalmente o Renski Riesling, e é famosa por possuir a vinha mais antiga da Europa, uma Žametovka de 400 anos;
Ljutomer-Ormož: talvez seja o mais famoso dos 7 distritos vinícolas;
Jeruzalem: suas colinas originam brancos secos muito bons de Beli e Sivi Pinot, além de Sipon e Laski Rizling e vinhos doces nobres, de colheita tardia e ice wine;
Haloze: produz Pinot, Renski Rizling e Traminec frescos.

Mateja Perovsek
Mateja é eslovena, casada e mora no Rio de Janeiro há 7 anos
 
Fonte: Winelands

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Combinando vinhos com comida chinesa

Enquanto a culinária ocidental já está mais do que integrada ao mundo do vinho, com padrões de harmonização bem documentados e conhecidos, quando pensamos em cozinha oriental, a situação muda radicalmente, e as boas combinações entre vinho e prato ainda nos são um grande mistério.Mais do que nunca deve-se ter conhecimento dos princípios do casamento do vinho com a comida quando se trata de harmonizar com pratos asiáticos. Afinal de contas, chineses, japoneses, tailandeses... não acompanham seus pratos com vinhos ao estilo ocidental; assim, não dispomos inicialmente de um padrão básico a seguir. Tudo depende de nosso conhecimento e preferências.

Tratando-se da cozinha chinesa, a dificuldade se acentua pela mistura de texturas, aromas e molhos agridoces no mesmo prato. Além do que não é de se esperar os mesmos ingredientes e sabores  na comida cantonesa e na de Xangai, que por seu lado se distanciam da condimentação um tanto quanto exagerada da cozinha do oeste (Sichuan).
Se concluimos que o vinho deve ser branco, pela presença de cebola e gengibre por exemplo, acompanhando o frango xadrez ou porco, em primeiro lugar vem a Riesling, se possível em um Kabinett do Mosel ou do Rheingau. Se isso não for praticável, um Riesling do Novo Mundo. Tratando-se de prato mais substancioso, como o pato com molho agridoce, pode-se passar para um Gewürztraminer de estilo alsaciano, mais seco e alcoólico.
Importante notar que os tintos não se coadunam com a comida chinesa em geral. No máximo algum Pinot Noir ou Gamay leve, com poucos taninos, quando se trata de prato em que a carne vermelha predomina.

Finalmente, tratando-se de comida asiática, não se esquecer da panacéia: o espumante branco brut bem fresco. Além de ir bem com quase tudo, ainda é fácil de encontrar na carta a preços acessíveis.


Fonte: Winetag

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A Pisa das uvas: Uma prática ou um folclore?


Uma das imagens mais emblemáticas do mundo do vinho é, sem dúvida, a pisa das uvas na vindima. A mídia costuma veicular imagens ao público desta forma, que seria talvez mais romântica do que os processos industriais existentes. Mas nos dias de hoje, com o grande volume de vinho produzido e com tanta tecnologia disponível estaria ainda em uso esta prática ou seria apenas folclore?
O pisar das uvas foi provavelmente o primeiro método usado para se elaborar vinhos até o advento das primeiras esmagadoras. Normalmente, os lagares eram de pedra ou da couraça de algum animal. Quase todas as festividades relacionadas ao vinho celebram o início ou o encerramento da vindima com o ato da pisa das uvas. É um ato folclórico em muitos locais, mas algumas regiões ainda mantêm esta prática, que de fato o único inconveniente é o maior uso de mão-de-obra. No Douro, em Portugal, por exemplo, grandes vinhos fortificados ainda são feitos desta forma “arcaica”, mas muito apropriada para vinhos de grande classe e pequena escala.
pisa da uva
A qualidade do vinho feito com a pisa tende a ser muito boa. Na produção de vinhos tintos de longa guarda queremos bastante extração de polifenois. Na enologia cuida-se muito para não quebrar a semente, na hora do esmagamento. Elas possuem muitas vezes taninos desagradáveis, assim, o pisar suave, esmaga a uva sem causar danos à semente. Geralmente o engaço é separado das uvas para posterior esmagamento. O efeito que acontece na uva é semelhante ao de uma prensa pneumática atual, porém com uma extração muito maior de cor da casca. Os movimentos do pé causam pressões fortes sobre os grãos e uma maceração muito intensa provocada pelos movimentos sem danificar, no entanto, a estrutura da semente nem do engaço, caso este estiver junto. 
Para quem quer se atrever a fazer vinho de garagem com pouco investimento, este é o jeito mais simples e ao mesmo tempo muito eficaz de se amassar as uvas. Dependendo da variedade, os pés poderão ficar manchados por alguns dias. Se for um Pinot noir provavelmente não marcará, mas se for um alicante bouschet, que possui muita tinta, marcará por semanas.  Lavar os pés antes da pisa também é recomendável!

Fonte: Winetag

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Conheça os Vinhos Rosés


 
 
Vinho rosé
 
Os vinhos rosés são vinificados pelo método de maceração curta, no qual vinifica-se uvas tintas, deixando o mosto em contato com as elas por um período mais curto de tempo (de 03 à 24 horas), dependendo da tonalidade de cor desejada pelo enólogo. O mosto, depois de separado de suas partes sólidas, é encaminhado para as cubas de fermentação de aço inox, seguindo o processo como nos vinhos brancos. Raramente sofre passagem por madeira ou pela meticulosa mistura de vinhos tintos com brancos, método não recomendado e proibido em algumas regiões produtoras de vinhos. O vinho rosé é bastante versátil, combinando com as altas temperaturas do verão. O rosé possui cores variadas; perolado, salmão, passando pelas várias tonalidades de rosa, até o rubi claro. Eles possuem uma grande expressão aromática, sendo as principais de frutas vermelhas frescas (morango, cereja, framboesa e cassis), florais (violeta), frutas secas (tâmaras), algum mineral e especiarias. Possui sensação de boca fresca levemente acidulada e bom equilíbrio com o álcool e com corpo médio (no máximo). Os taninos não são desejáveis e a temperatura de serviço deve ser próxima a dos vinhos brancos ( de 8 a 12 graus). 
Harmonizando Vinho Rosé:
Diante da sua versatilidade, os rosés passam dos leves e frescos aos frutados e vigorosos. Eles completam inúmeros pratos mediterrâneos. Experimente saladas com frutas e queijos, massas com legumes, queijos de cabra fresco, pratos de frutos do mar temperados com generosas quantidades de azeite, alho, ervas e especiarias, paella valenciana, arroz à marinara e bouillabaisse. Respeitando sempre as estruturas, como: aromas, sabores e persistências de acordo ao seu Terroir.
 


Fonte: Winelands

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Naturalmente Doce


   O elevado dulçor, equilibrado por bons níveis de acidez, coloca os vinhos de sobremesa em que o teor de açúcar é obtido de forma natural entre os melhores e mais valorizados do mundo

Se o vinho é o resultado da união entre o esforço do homem e a ação da natureza, os vinhos doces ou de sobremesa são a máxima expressão desse casamento.

Isso porque a vinificação em doce requer estratégias especiais que às vezes dependem quase exlusivamente de condições climáticas únicas como no caso dos néctares produzidos a partir da podridão nobre, outras vezes exige mais do empenho humano, caso dos fortificados, em que a adição de álcool para interromper a fermentação criou vinhos espetaculares.

Alguns vinhos de sobremesa são mais populares, feitos em várias regiões produtoras do mundo sob diferentes denominações, caso dos fortificados que recebem adição de aguardente vínica em algum momento da elaboração.

Outros são bem mais raros porque só ocorrem em algumas microregiões do planeta, como no desenvolvimento do fungo Botrytis Cinerea, que ataca o bago de uva subtraindo água e concentrando o açúcar.

“Esses dois tipos de vinhos doces são grandes vinhos, mas sob o ponto de vista enológico, o quanto mais natural for o processo, mais nobre será o resultado”, diz Celito Guerra, enólogo e pesquisador da Embrapa Uva e Vinho.

Todos os processos que permitem a vinificação em doce são arriscados, na maioria das vezes artesanais e demorados, o que quase sempre resulta em vinhos maravilhosos e caros.

Apesar de doces, os melhores exemplares de sobremesa são equilibrados pela alta acidez, que dá frescor e os livra de ser enjoativos. São vinhos com pelo menos 40g/ l de açúcar, têm frequentemente alcoolicidade elevada e, por vezes, até um sutil e bem-vindo amargor.

São também vinhos mais longevos porque o processo de maturação e fermentação faz com que a uva libere mais substâncias protéicas.

Normalmente um vinho doce natural pode ser guardado com saúde mais tempo na adega do que um tinto de média gama.

Essas características os diferem dos vinhos suaves, com os quais são muitas vezes confundidos.

Nos suaves, o açúcar é muitas vezes adicionado no final do processo.

São vinhos totalmente diferentes, com outro objetivo de mercado.


Fonte: Vinho Magazine por Ana Paula Diniz

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Vinho Crianza

VOCÊ SABE O QUE É VINHO "CRIANZA"?
 
 
Crianza
 

Com o passar do tempo e com o fato de conhecer outros tipos de vinhos me deparei com alguns exemplares onde constava no rótulo a expressão “Crianza”. Pra falar bem a verdade não entendi nada, porém fui pesquisar e entender melhor do que se tratava. Muitas pessoas, por desconhecimento, podem até achar que se trata de vinhos novos, pela semelhança que a palavra espanhola “crianza” possui com a palavra “criança” do português. Entretanto a tradução da palavra espanhola “crianza” para o português é criação, envelhecimento. Pois bem, no mundo dos vinhos o termo “crianza” é utilizado geralmente nos vinhos espanhóis que passaram algum tempo em um processo de envelhecimento. 
De acordo com a Ley de la Vina y el Vino (lei espanhola que trata da vitivinicultura daquele país) são considerados vinhos “Crianza”:
os tintos com um período de envelhecimento de 24 meses, sendo ao menos 6 meses em barricas de carvalho;
os brancos e rosados com um período mínimo de 18 meses de envelhecimento, sendo ao menos 6 meses em barricas de carvalho.
Ainda por essa Lei, os vinhos espanhóis “Reservas” são os tintos com período de envelhecimento de no mínimo 36 meses, sendo ao menos 12 em barricas de carvalho e brancos com período de envelhecimento de no mínimo 24 meses, sendo ao menos 6 em barricas de carvalho.
Os vinhos espanhóis “Gran Reserva” são os tintos com período de envelhecimento de no mínimo 60 meses, sendo ao menos 18 em barricas de carvalho e os brancos com período de envelhecimento de no mínimo 48 meses, sendo ao menos 6 em barricas de carvalho.

Fonte: Winelands